terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Poema - Sobre a nova ortografia

NOVA ORTOGRAFIA! 

Fique a vontade, não tema, 
não vai haver consequência 
na arguição da eloquência 
pois aboliram o trema, 
por isso, fique tranquilo, 
para ir à assembleia, 
bater palmas na plateia, 
colher mel lá na colmeia, 
sem nenhuma paranoia, 
sem medo de jiboia, 
pois já não há mais acento, 
(se lhe serve de alento) 
nos tais ditongos abertos 
de palavras paroxítonas., 

e também, de imediato, 
todos vocês que me leem, 
não se acentua o hiato, 
pelo, pera, polo, para, 
(pera aí que tá confuso) 
e na ante sala, é a regra, 
contra senso, contra regra, 
mas porém muito cuidado, 
não sou hiper-realista, 
(é uma auto afirmação) 
auto ajuda, auto escola, 
auto estrada, auto instrução. 

e o balaio da baiuca, 
está me fundindo a cuca, 
manda chuva, para quedas, 
para lama, para brisa, 
além-mar, além-fronteiras, 
(é, não vai ser brincadeira) 
aprender tudo de novo, 
pra tentar fazer poesia, 
de acordo com o acordo, 
dessa nova ortografia, 
e até me disse um amigo, 
e é a mais pura verdade; 

já estou velho e antigo, 
para novas amizades ! 


Antônio Carlos de Paula 
poeta e compositor 


Caio Victor

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